A influência cultural no prazer da mulher

Por muito tempo, a sexualidade feminina foi ignorada e desvalorizada na sociedade. As mulheres foram ensinadas a acreditar que o sexo era algo a ser tolerado, e não, a ser apreciado e desfrutado. Como resultado, as mulheres demoraram a entender a sua posição de igualdade ao prazer no ato sexual. 

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Historicamente, foi compreendido que o sexo é algo a ser oferecido pela mulher ao homem, e que a satisfação sexual feminina é menos importante do que a masculina. 

Apenas recentemente a sociedade começou a discutir abertamente a importância do prazer feminino na relação sexual. Ainda assim, muitas mulheres se sentem desconfortáveis ao falar sobre suas próprias necessidades e desejos sexuais, muitas vezes por vergonha ou medo de serem julgadas. É importante entender que cada mulher é única em relação à sua sexualidade e que é necessário respeitar e valorizar suas preferências individuais.

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Ainda nos dias atuais, essa cultura patriarcal e o sexismo influenciam a forma como as mulheres são educadas e socializadas em relação ao sexo e podem reforçar a ideia com a objetificação da mulher, a falta de educação sexual e a forma com que a sexualidade feminina pode ser representada nas mídias.

Esse tipo de entendimento traz obstáculos para as mulheres em se descobrirem e compreenderem o próprio corpo e suas necessidades sexuais. A falta de conhecimento e a vergonha em relação ao próprio corpo podem levar a uma vida sexual sem prazer e, até mesmo, de dor na relação sem que ela se manifeste ou procure mudar este cenário.

Outro fator que pode contribuir para a demora na descoberta do prazer feminino é a falta de comunicação e intimidade no relacionamento sexual. Muitas mulheres não se sentem à vontade para falar sobre suas necessidades e desejos sexuais, o que pode levar a uma falta de satisfação na relação.

É comum que algumas mulheres acreditem que a dor faz parte da experiência sexual feminina, o que não é verdade. É importante entender que a dor durante a relação sexual pode ser um sinal de algum problema de saúde, e que é fundamental buscar ajuda médica ou de profissionais da área de saúde sexual.

A concepção de que o prazer feminino não era valorizado e a dor na relação era algo comum e aceitável, condicionou muitas mulheres a aceitarem essa situação e não buscarem soluções para seus problemas. 

Porém, hoje em dia, com a evolução da sociedade e as discussões por igualdade de gênero, levou o tema também às questões sexuais e as mulheres estão cada vez mais conscientes de seu papel em manifestar seu prazer para a própria satisfação e de que a dor na relação não deve ser normalizada.

Para se descobrir e entender melhor sobre o próprio corpo e necessidades sexuais, as mulheres precisam ter acesso a informações e orientações adequadas. A educação sexual tradicionalmente enfatiza o sistema de reprodução e a procriação, e não o prazer. É positivo que essas diretrizes estejam mudando para que os jovens entendam, cada vez mais, a importância do consentimento, do respeito e do prazer mútuo.

A dor na relação sexual pode ser um sinal de um problema físico, como a endometriose, vaginismo e dispareunia, que podem ser tratados através de um acompanhamento médico e fisioterapêutico.

A fisioterapia pélvica consiste em um conjunto de técnicas que visam tratar disfunções no assoalho pélvico, como fraqueza muscular, hipertonicidade, dor e falta de sensibilidade. Através de exercícios e técnicas específicas, ajuda a fortalecer e relaxar os músculos pélvicos, melhorar a circulação sanguínea, reduzir a dor durante o ato sexual e aumentar o prazer.

Em alguns casos, a dor pode ser causada por problemas psicológicos, como ansiedade ou estresse, e o acompanhamento de um psicólogo é necessário. Além disso, é fundamental que o casal tenha uma comunicação aberta e saudável para que ambos possam compreender as necessidades e limitações um do outro.

Explorando o Próprio Prazer

Felizmente, tem havido um aumento no debate sobre prazer feminino e na quebra de tabus relacionados à sexualidade feminina. Para as mulheres que desejam descobrir e entender melhor a sua própria sexualidade, é importante começar a explorar seu próprio corpo. Muitas não alcançam o orgasmo porque não estão suficientemente estimuladas ou porque têm vergonha de explorar suas próprias fantasias.

Para isso, é possível envolver a experimentação com diferentes formas de estímulo e toque, bem como a reflexão sobre as próprias necessidades e desejos sexuais, sem tabus.

  • Conheça seu próprio corpo: Tire um tempo para explorar-se sozinha e descobrir o que te faz sentir bem. A masturbação é uma maneira saudável e segura de descobrir suas próprias preferências e descobrir quais são as zonas erógenas que proporcionam mais prazer;
  • Comunique suas necessidades para seu parceiro: conversas abertas e honestas sobre preferências sexuais, podem ajudar a construir uma conexão de intimidade mais forte;
  • Experimente: Há muitas maneiras de explorar sua sexualidade, desde brinquedos sexuais até posições diferentes. Sinta-se confortável em descobrir o que funciona para você;
  • Trabalhe a autoestima: Se você se sente bem consigo mesma e com seu corpo, é mais provável que se sinta à vontade para explorar sua sexualidade. Às vezes, preocupar-se demais com a aparência do próprio corpo ou com a opinião do parceiro não a deixa relaxada para curtir o momento. É preciso estar segura para explorar sua sexualidade sem se preocupar com julgamentos externos. Encontre maneiras de cuidar de si mesma e de sua saúde mental e física, e isso poderá ajudar a melhorar sua autoestima e autoconfiança.

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