Saúde Mental Não é o Avesso de Doença Mental

Nos tempos atuais é muito comum ouvirmos termos de “saúde mental” e “doença mental” atrelados, um ao outro. Como se para extinguir um, necessariamente precisa existir outro. O que não é verdade.

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É claro que, quando percebe-se uma “doença” mental, o sujeito pode se caracterizar como alguém que não tem mais “saúde mental”. No entanto, a saúde em si não pode ser vista como o avesso da doença. Sabe por quê? Por que você não precisa ter um diagnóstico para cuidar da sua saúde mental.

Não necessariamente você precisa ter um “distúrbio”, como ouvimos por aí, para dar atenção à sua saúde mental e perceber se ela está negligenciada em sua vida. Até porque a saúde vai muito além disso. E é exatamente sobre este assunto que vamos discutir no artigo de hoje. Acompanhe a seguir:

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O que é saúde mental?

Caracterizar a saúde mental pode ser um tanto perigoso, pois não podemos simplesmente enaltecer pontos que caracterize alguém como saudável ou não. Dizer que para ter saúde mental é preciso de x, y e z pode ser muito arriscado, pois quem tem apenas x e y pode ser “saudável”, bem como quem tem x, y e z não seja.

O que estamos querendo dizer é que a saúde mental não está atrelada apenas algumas características da pessoa. Ela está atrelada, no entanto, a muitos fatores que impactam diretamente a vida daquele sujeito. Ela está atrelada ao trabalho, aos estudos, a família, a alimentação, aos exercícios físicos, a escuta que a pessoa tem ou não tem, entre outros infinitos fatores.

Ou seja, não podemos caracterizar a saúde mental como um mero fator oito ou oitenta. Mas sim, o único que poderá falar sobre a sua própria saúde é o sujeito. Ou seja, você pode falar sobre a sua saúde mental, sobre como você tem vivido e lidado com todas as questões da sua vida.

Nós profissionais podemos lhe escutar, lhe acolher e junto com você encontrar caminhos e meios que possam ser mais interessantes para você. Em momento algum poderemos lhe ordenar algo a fim de lhe garantir a tal “saúde mental”. Assim como não temos o direito de apontar uma “doença” – só porque você não cumpre alguns padrões – a fim de consertar você.

A saúde mental está atrelada, desse modo, a questões pessoais, de contexto pessoal e de vida pessoal. Como está a sua qualidade de vida? E a qualidade do seu sono? E a sua saúde física? A sua disposição para trabalhar? Enfim… A saúde mental não diz respeito apenas à falta de uma dificuldade de aprendizagem. Ela diz respeito a um equilíbrio que você, enquanto sujeito, tem para com o seu próprio mundo e modo de viver.

 

 

Por que saúde mental não é o avesso de doença mental?

Simplesmente porque, como mencionamos, o que é saúde pra mim pode não ser pra você. Assim como o que é doença para mim pode não ser pra você! Seria muito cruel afirmarmos que todas as pessoas que não têm um diagnóstico são completamente saudáveis. Pois se afirmarmos isso, podemos estar negligenciando o sofrimento de alguém. E, com essa negligência, deixamos de escutar aquele sujeito e ele irá caminhar por aí se sentido uma pessoa errada, quebrada e que “não tem razão para reclamar”.

Acredito que, o pior fator no meio de toda essa história é o quanto as pessoas querem medir doença e dor. Porque “fulano reclama de barriga cheia”; porque “você deveria pensar em quem está pior que você”; e assim por diante. Não, não estou dizendo que você deve esquecer o sofrimento dos outros, estou dizendo apenas que eles não devem servir de régua para você poder viver as suas angústias e escutá-las.

Você não é um “doente mental” ou um “louco” por sentir medo, dores e angústias. Você está sendo apenas um ser humano. E se enquadrar em “saúde x doença” pode ser arriscado para si mesmo. Afinal, se você não tem os X sintomas de depressão, então a sua tristeza é mera frescura, certo? ERRADÍSSIMO! Você não é igual ninguém para precisar ficar se enquadrando nisso ou naquilo para conseguir se escutar.

É possível que você se escute sem se rotular. Apenas ouça suas angústias, converse com o seu psicólogo, permita-se… Desconheça-se e pare de medir dor, comparar diagnóstico ou tentar encontrar uma bengala para dizer “poxa, estou triste só porque tenho isso. Melhor não falar sobre!”.

 

 

Nem tudo é patologia – e nem tudo precisa ser “curado”

Por fim, vale uma reflexão: Lembre-se que nem todo sentimento ruim é patologia, e grande parte deles fazem parte da nossa saúde mental. Lembre-se também que nem tudo que está “errado” precisa ser curado. Mas sim, precisa ser escutado, acolhido e dado atenção.

Isso não faz de você um doente, nem um “saudável”. São muitos fatores que envolvem estes conceitos e as pessoas tentam vender a ideia de que é isso ou aquilo. Apenas pare! Apenas escute você e pare de comparar com diagnósticos e com dores alheias.

Pois, no final, você sabe que cada pessoa é uma pessoa, e é extremamente cruel e impossível basear a sua saúde na saúde ou doença alheia. Pense nisso!

Redação

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